A
Hermenêutica dos Pais da Igreja era diferente da hermenêutica de nossos dias,
bem como de outras épocas antes do século XXI.
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Interpretação Bíblica |
A
primeira era alegórica, e estava relacionada com a cidade de Alexandria no
Egito.
A
segunda linha hermenêutica surgiu algum tempo após, na cidade de Antioquia, e
buscava encontrar o sentido literal das Escrituras.
As
raízes do sistema de interpretação de Alexandria estão relacionadas com as
idéias de dois filósofos gregos: Heráclito e Platão.
O
primeiro alegorizou as obras de Homero, (A Ilíada, e a Odisséia), alegando que
os escritos de Homero não eram para serem interpretados literalmente, e sim de
modo alegórico salvando assim os deuses do título de imorais. É a famosa tática
mundana onde os fins justificam os meios.
O
segundo, Platão, formou o conceito de que o mundo real é uma representação do
mundo perfeito de realidades imateriais, ¨o mundo das idéias¨.
Seria
como imaginarmos que o Tabernáculo criado por Moisés seria uma figura do
Tabernáculo existente no céu.
Mas,
na minha opinião, ele transferiu a solução de todos os problemas da vida para a
imaginação, mas sabemos que vivemos em um mundo real, não no mundo da fantasia,
ou no mundo espiritual, pois ainda não morremos, o mundo da imaginação é sonho,
ou uma utopia.
Outro
que foi influenciado por eles foi Filo, este tinha formação judaica e
platônica, e estudava as Escrituras do Antigo Testamento, (Septuaginta), ele
empregava o método alegórico em sua hermenêutica, pois alegorizou os primeiros capítulos do Gênesis.
Tivemos
também outro discípulo de Alexandria, Barnabé, este viveu por volta do ano 150
a.D, e escreveu uma carta alegorizando passagens do Velho Testamento.
Além
disto, o filósofo estóico, Pantenus, fundou uma escola cristã catequética no
século II, onde ensinava, bem como utilizava-se do método alegórico de
interpretação das Escrituras em sua hermenêutica.
Os
principais representantes da Escola de Alexandria foram Clemente de Alexandria,
e Orígenes.
O
primeiro viveu entre 150 e 215 a.D, e o segundo por volta de 185 a 253 a.D..
Clemente
cria que Deus revelava-se alegoricamente para ocultar a verdade aos incrédulos,
e descortiná-la apenas para os cristãos espirituais.
Creio
que ele não conhecia o capítulo 10, versículo 17 do livro de Romanos, pois ali
diz que a fé vem por ouvir da Palavra de Deus, e isto não é apenas para
convertidos, e sim para aqueles que ainda não possuem fé suficiente para
crerem.
Já
Orígenes, conforme sua hermenêutica, afirmava que a melhor maneira de se entender
a Escritura é através da perspectiva platônica. Segundo ele, a Bíblia contém
segredos que somente a mente espiritual pode entendê-la.
O
sentido literal era apenas para iniciantes, e o alegórico era para os maduros
na fé. Afirmava, ele, que há três níveis de interpretação:
a)
Carne – A interpretação literal, para ele, corresponde ao corpo humano. E, é
para os indoutos.
b)
Alma – Interpretação para aqueles que já fizeram algum progresso espiritual na
vida cristã, e já discernem os sentidos além do óbvio.
c)
Espírito – Interpretação alegórica, isto é, para espirituais. Apesar d’ele
reconhecer as Escrituras como a Palavra de Deus, não conseguiu fugir da
alegorese, e influenciou outros Pais da igreja como Eusébio de Cesaréia,
Dionísio o grande, e outros.
Apesar
de vivermos quase dois mil anos depois e procurarmos usar outro método de hermenêutica
e interpretação, devemos reconhecer que eles estavam influenciados pelo método
alegórico, e, era mais fácil de enganar os povos, a maioria analfabetos, creio
que usavam tal método para manipular multidões como alguns ainda fazem hoje,
mas tal método fez parte daquela cultura, bem como daquela época.
INTERPRETAÇÃO
LITERAL – ESCOLA DE ANTIOQUIA
Em
Antioquia, os Pais da igreja reagiram fazendo oposição à hermenêutica de
Alexandria, interpretavam as Escrituras de modo literal, embora alguns dessa
época e local ainda seguir a alegorese, título este dado ao modo de
interpretação alegórico, e isto o faziam para justificarem alguns pontos de
vista.
Os
mais importantes defensores do método de Interpretação Literal das Escrituras
foram: Deodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo. Estes foram
contemporâneos de Atanásio, Dídimo, e Cirilo de Alexandria, adeptos da
alegorese.
Os
princípios hermenêuticos de interpretação de Alexandria são caracterizados por:
a)
Sensibilidade e atenção ao sentido do texto, método que ficou conhecido como
“gramático-histórico” na reforma protestante. Este método procurava entender o
sentido do texto buscando a intenção do autor ao redigí-lo, considerando o contexto
histórico daquele momento.
b)
Desenvolveram o consenso de teoria que designava o estado mental dos profetas
quando recebiam as visões em oposição à alegorese, ou seja, o modo pelo qual o
profeta via o futuro a partir do presente, ¨d’ele¨.
c)
Reconheciam a existência de tipos no Velho Testamento, relacionadas com o Novo
Testamento como Gálatas, 4: 21 – 31; e, não negavam que no Velho Testamento
havia passagens de caráter metafórico.
d)
Procuravam determinar a intenção do autor observando o sentido histórico das
palavras no contexto original.
e)
Discordavam de muitas passagens onde os interpretes alegóricos encontravam
Cristo. Mas, concordavam que havia passagens Messiânicas no Velho Testamento.
Apesar
de ser um método que procurava interpretar às Escrituras de modo literal, não
prevaleceu no futuro, pois naqueles dias a igreja e seus teólogos estavam
contaminados pela alegorese e sua facilidade de esconder as Escrituras do povo
comum.
Talvez
não seja este o real motivo, pois alguns seguidores da escola de Antioquia como
Nestório e outros tornaram-se heréticos, e foram condenados por Concílios.
O
método de interpretação literal das Escrituras desenvolvido pela Escola de Antioquia
não foi adotado pela Igreja Romana, mas na reforma protestante ele voltou com
os reformadores que traduziram a Bíblia para a língua do povo que passara a
lê-la e entendê-la de modo literal.
Continuaremos o
assunto no próximo artigo.
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