NEGANDO A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO


A Falta de Identificação Pessoal

Uma das objeções apresentadas pela organização Testemunha de Jeová a fim de inútilmente comprovar a impersonalidade do Espírito Santo é “não ter identificação pessoal”.

Este argumento é apresentado na obra “Estudo Perspicaz das Escrituras”, que diz: “Visto que o próprio Deus é Espírito e é santo, e visto que todos os fiéis filhos angélicos são espíritos e são santos é evidente que se o ‘espírito santo’ fosse pessoa, as Escrituras deveriam razoavelmente fornecer alguns meios para diferenciar e identificar tal pessoa espiritual dentre todos esses outros espíritos santos”.

Seria de esperar que pelo menos se usasse o artigo definido para ele em todos os casos onde não é chamado de “espírito santo de Deus”, ou não é modificado por alguma expressão similar.

Isto pelo menos o distinguiria com O Espírito Santo. Mas, ao contrário, em grande número de casos, a expressão “espírito santo” aparece no grego original sem o artigo indicando ausência de personalidade.

Ora, se a organização Testemunha de Jeová tem dificuldade em diferenciar o Espírito Santo do próprio Pai ou dos anjos, é sinal que existe alguma coisa errada em sua teologia de modo geral.

Seu argumento não revela erudição, deficiência e ignorância.

Ao designar a terceira pessoa da Trindade por “Espírito Santo”, as Escrituras já o diferenciam dos demais espíritos que são santos, como no caso dos anjos, embora nenhum dos anjos nunca seja designado diretamente pela expressão “espírito santo”.

Quando lemos “o Espírito Santo disse”, (Atos 13:2), ou “mentiram ao Espírito Santo”, (Atos 5:3), ou ainda “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”, (Romanos 8:14), não nos vem à mente o Pai, o Filho ou os anjos, mas a pessoa divina que conhecemos pelo nome de “Espírito Santo”.

Embora as expressões “espírito” e “santo” sejam atributos comuns às pessoas da Trindade, bem como aos anjos, cabe afirmar que em relação a terceira pessoa da Trindade, os termos aparecem juntos, designando “a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo”.

Assim, quando empregados juntamente, os termos “espírito” e “santo” formam o nome daquele que como o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o Espírito Santo.

A ordem bíblica de batizar “em nome do Espírito Santo”, (Mateus 28:19), já torna isso plausível.

A organização TJ objeta afirmando que a palavra grega “ónoma”, traduzida por nome pode significar algo diferente de um nome pessoal, como quando se diz em nome da lei ou em nome do bom senso.

“Nome”, nesses casos, indicaria o que tais coisas representam. Para corroborar sua linha da argumentação, a organização TJ cita a obra Word pictures in the New Testament (Quadros verbais do Novo Testamento), de uma grande autoridade no idioma grego, Dr. Archibald Thomas Robertson: “O uso do nome (ónoma) que se faz em Mateus 28:19 é comum na Septuaginta, e nos papiros para simbolizar poder ou autoridade.

Desse modo, argumenta a organização TJ: “Portanto, o batismo ‘em nome do espírito santo’ subentende o reconhecimento deste espírito como tendo por fonte a Deus e como exercendo sua função segundo a vontade divina”.

A conclusão extraída das palavras do Dr. Robertson não vale pela seguinte razão:  Ele cria na doutrina bíblica da Trindade, e não estará ensinando o contrário disto em sua obra supracitada.

 De fato, comentando o versículo 19 de Mateus 28, ele afirma que o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo é o batismo “em nome da Trindade”.

E quando afirmou que “o uso do nome (ónoma), que se faz aqui é comum na Septuaginta e nos papiros para simbolizar poder ou autoridade”, estava na realidade argumentando contra a espécie de batismo efetuado pela Igreja Ortodoxa Grega, que pratica a tripla imersão: o batismo em nome do Pai, em seguida em nome do Filho e depois em nome do Espírito Santo.

A disputa gira em torno da preposição, (eis), que para a igreja ortodoxa grega significa “para dentro”; enquanto Robertson explica que em Mateus 28:19 significa simplesmente “em nome”, e não “para dentro”.

Daí, então, sua conclusão (extraída indevidamente do contexto) da literatura da organização Testemunhas de Jeová:

“O uso  do nome (ónoma) que se faz aqui é comum na Septuaginta, e nos papiros para simbolizar poder ou autoridade”. A sua conclusão é óbvia: não está em questão o tríplice batismo, mas batizar em nome ou no poder e autoridade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.

Assim, ao contrário de concordar com a conclusão da organização TJ, como ela indevidamente que faz parecer, Robertson associa poder ou autoridade à Trindade: ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo, em cujo nome os cristãos são batizados.

Dessa forma, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo têm o mesmo poder ou autoridade, pois são em suma, o mesmo Deus. “Força ativa” não tem poder, e autoridade, assim como o Pai e o Filho, nem mesmo figuradamente, pois em nenhum lugar das Escrituras tal coisa é ensinada.

Quanto ao uso do artigo definido, a organização TJ afirma que a expressão Espírito Santo, “em grande número de casos [...] aparece no grego original sem o artigo, indicando ausência de personalidade”.

Respondendo, em primeiro lugar que a organização Testemunhas de Jeová tomou o cuidado de dizer em grande número de casos, pois, se dissesse em todos os casos, seria rapidamente desmascarada, pois o termo “Espírito Santo” também é acompanhado de artigo definido em muitos outros lugares.

Neste caso, o argumento da organização TJ se desfaz, pois, se “Espírito Santo”, sem artigo, indica ausência de personalidade, então, o uso do artigo definido indicaria a personalidade do Espírito Santo.
Contudo, recorrer à ausência ou ao uso do artigo definido para provar ou deixar de provar a personalidade de alguém não é correto à luz das particularidades do idioma grego.

O grego do Novo Testamento conta com três gêneros: masculino, feminino e neutro, (em português só há os dois primeiros).
A palavra grega traduzida por “espírito”, (pneuma), é palavra neutra, que exige o artigo neutro, quando o autor julgar necessário. O artigo pode ser usado ou não sem que isso detraia a personalidade do Espírito Santo.

As Escrituras designam a terceira pessoa da Trindade de diversas formas:
Espírito sem artigo, (João 3:5), ou Lucas 4:1; 11:13;
Espírito com artigo, (Marcos 1:10,12; e Atos 2:4; Mateus 28:19; II Coríntios 13:14; Atos 1:16; 5:3;)

Vê-se que não há uniformidade nas Escrituras em relação ao uso do artigo neutro toda vez que se fala do Espírito Santo. Há casos em que isto não ocorre. Isto não deve constituir nenhum obstáculo para a personalidade do Espírito Santo.

Sobre esta questão convém citar o comentário de William Carey Taylor acerca do uso do artigo na língua grega.

Quando se emprega o artigo, o substantivo é definido; quando não se emprega o substantivo pode ser definido ou indefinido. [...] É essencial esforçarmo-nos para alcançar o ponto de vista grego. Nunca devemos falar de omissão do artigo.

O grego não omitiu o que é diferente no nosso idioma, mas escreveu segundo a sua própria índole. Se não há artigo, é porque não lhe era natural usá-lo.

Assim, a ausência do artigo não indica necessariamente falta de personalidade. O argumento da organização TJ, portanto, carece de base sólida, e não sobrevive ao recorrermos ao grego do Novo Testamento.

Os Testemunhas de Jeová correm o sério risco de ao defender com unhas e dentes enunciados doutrinais desprovidos de  piedade e de base bíblica, pecar contra o Espírito Santo.

E, contra este pecado Jesus Cristo foi categórico: “Quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir”, (Mateus, 12:32). Que Deus tenha piedade dos tais, abrindo-lhes as mentes, antes que seja tarde demais.

A fé no Espírito Santo como ser pessoal e Deus verdadeiro, assim como o Pai e o Filho, é uma convicção que ultrapassa um simples enunciado doutrinal.

Trata-se, como afirmou Luigi Pavese, “de uma profissão de esperança, e de confiança no Deus Trinitário”.

Para finalizar, quero voltar à introdução deste capítulo, na qual vimos uma das razões pelas quais Macedônio, bispo de Constantinopla, negava a divindade e a personalidade do Espírito Santo:


A ausência de quaisquer referências à divindade do Espírito Santo no Concílio de Nicéia, (325 d.C.), no qual foi ressaltada a divindade do Cristo e sua igualdade de essência com o Pai.


A fé trinitária parecia para o bispo apóstata muito tardia, (o mesmo argumento é empregado pela organização TJ, sobre o Espírito Santo) o Credo Niceno originalmente dizia: “Cremos no Espírito Santo”, sem explicações adicionais.


Mas é na pena de Gregório de Nazianzo, (330 – 390), apelidado de “O Teólogo” que encontramos o porquê de o Espírito Santo ser o último na revelação das pessoas da Santíssima Trindade. Trata-se da pedagogia progressiva da condescendência divina:

O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho.


O novo manifestou o Filho, fez entrever a divindade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão clara de si mesmo.


Com efeito, não era prudente, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expressão um tanto ousada...


“É através de avanços e de progressões ‘de glória em glória’, que a luz da Trindade resplandecerá em claridades mais brilhantes”.

Que Deus nos conceda fé e entendimento para não duvidarmos da divindade do Espírito Santo.

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